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quarta-feira, 7 de julho de 2010

Depoimento de menor é crível, diz promotor

Durante 8 horas, adolescente prestou depoimento sobre participação em suposto crime contra Eliza Samudio, ex do goleiro Bruno


A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro pediram no fim da noite desta terça-feira a apreensão do adolescente encontrado na casa do goleiro Bruno. O pedido foi encaminhado à Vara da Infância e Juventude do Rio após o depoimento de 8 horas do jovem, encerrado às 22h30. O garoto, segundo a polícia, confirmou o sequestro e a morte de Eliza Samudio, de 25 anos, ex do goleiro.

De acordo com o delegado-titular da Divisão de Homicídios do Rio, Felipe Ettore, o depoimento do adolescente será encaminhado à Polícia Civil de Minas Gerais. "É Minas que vai pedir qualquer prisão", disse Ettore sobre um possível pedido de prisão do goleiro Bruno. O delegado se recusou a comentar o conteúdo do depoimento do jovem.

Após o depoimento, Homero das Neves, coordenador da 1ª Central de Inquéritos do Ministério Público do Rio de Janeiro, disse que a versão adolescente apreendido na casa do goleiro Bruno foi “crível e razoável”.O promotor nega que a versão apresentada sobre o suposto crime contra Eliza Samudio, de 25 anos, seja fantasiosa. Os esclarecimentos foram prestados à Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Rio.

Neves disse que caberá ao promotor de plantão solicitar à Justiça a apreensão do adolescente. O Ministério Público informou que o pedido seria feito ainda nas próximas horas.

O depoimento do adolescente durou 8 horas e terminou por volta das 22h30 desta terça-feira. O garoto local deixou o local em uma viatura da Polícia Civil e foi conduzido à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, no centro do Rio.

Mais cedo, o coordenador de investigação da Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Rio, identificado apenas como Guimarães, disse que o garoto confirmou que Eliza está morta. A jovem teve um caso extraconjugal com o atleta rubro-negro e está desaparecida há cerca de um mês. Bruno deve prestar depoimento nesta sexta-feira.

O menor de idade, que segundo a polícia é primo de Bruno, foi apreendido no início da tarde desta terça-feira após uma denúncia feita pela Rádio Tupi. Segundo a reportagem da emissora, um motorista de ônibus informou que o filho de uma de suas sobrinhas, um adolescente de 17 anos, teria participado do possível assassinato de Eliza.

Foto: iG

Viaturas da polícia em fente a casa do goleiro, onde apreenderam adolescente

Em depoimento à Divisão de Homicídios, o jovem confessou que participou com Luiz Henrique Ferreira Romão, conhecido como Macarrão, do sequestro da ex-amante de Bruno. Eles foram ao hotel na Barra da Tijuca, onde Eliza estava hospedada, com o carro do goleiro e a levaram junto com o filho de quatro meses, suposto fruto do relacionamento com o jogadora, para o sítio do atleta, em Minas Gerais.

Segundo o relato do rapaz apreendido, durante o trajeto, ele teria dado uma coronhada em Eliza com uma pistola de Macarrão. A mulher teria desmaiado, mas não faleceu com o golpe. A causa da morte, no entanto, ainda não foi esclarecida. Recentemente, foram encontrados vestígios de sangue no carro de Bruno. As amostras foram enviadas para exames, que comprovarão se o material é ou não de Eliza. Também foram encontrados um óculos e sandálias que testemunhas afirmam pertencer à garota.

Em seu depoimento à polícia, o jovem não confirmou a informação divulgada pela Rádio Tupi de que Bruno teria dado R$ 3 mil a um homem identificado como Cleiton para que ele entregasse o corpo de Eliza a um traficante, que por sua vez sumiria com o cadáver.

Para a polícia, a história relatada confere com a apuração feita pela Polícia Civil de Minas Gerais, embora o menor de idade pareça mentir em alguns momentos, gerando algumas contradições. Os antecedentes criminais do adolescente ainda não foram checados. “Ele confirmou o sequestro e disse que não estava em cárcere privado na casa de Bruno”, informou Guimarães, completando que a polícia do Rio está em contato direto com a polícia de Minas Gerais .

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